Cada dia que passa ir pro Incra fica mais complicado.
Saber que as coisas acabam um dia a gente sabe, mas essa coisa de contagem regressiva é muito estranho, é ter a certeza que cada coisa ali realmente está sendo a última coisa.
Foram 2 anos, amizades para a vida inteira, muitas alegrias, algumas tristezas e muito trabalho.
Aprendi o que é uma instituição pública, aprendi a respeitar quem trabalha mas não é reconhecido por puro preconceito e vi tantos outros que fingem que trabalham e ajudam a aumentar esse preconceito.
Entendi o que é a Reforma Agrária, me apaixonei pelo tema, e queria nesse momento explicar uma coisa "reforma agrária não é apenas conseguir uma terra, é bem mais, é dar condições para o desenvolvimento das famílias e esse é o trabalho do Incra", "as familias não sao jogadas numa terra, elas são cadastradas, tudo muito documentado e a elas sao cedidos créditos pra construir casas e investir", "no Ceará não existe a questão de lote, não se vende terra no Ceará", "o Incra dá assessoria técnica social e ambiental para os assentamentos poderem saber como utilizar o que a eles foi dado", "existe programas de educação e saúde voltados especificamente para a área de reforma agrária".
Acho que com essas frases dá pra esclarecer algumas dúvidas e eliminar um dos primeiros preconceitos.
No mais eu queria agradecer e muito a todos que estiveram presentes comigo nesse tempo, a todos que me aguentaram cada vez que pensei em sair do Incra e não sai, a todos que de uma forma e de outra contribuiram para meu crescimento na "Era Incra" em minha vida.
Obrigado, obrigado, obrigado.